DEDICATÓRIA (INCOMPLETO)

 DEDICATÓRIA


Bertha Lutz abriu as portas para passarmos

Rosalind Franklin criou o portal mágico e

Único das estruturas moleculares

Newlands com sua lei das oitavas regulares,

Ao coro se junta, mais Edgar Allan Poe


Drummond é nada perto de Sbylla Merian

Ende de queixo caído riria: “por Merlin!”

Marie Tharp mapeou os segredos do Atlântico

Ousou Florence Price apostar no autêntico

Ubíquas como poemas de Szymborska

Representantes como Sklodowska

Auspiciosas na constante Travessia


Lygia Telles tão tenaz como Amy Beach 

O viver áspero sussurrando Ich liebe dich...

Pavlichenko possuía arma mais pesada que

Emilie Mayer? Tão grande quanto Dvorak!

Susan Cain não conseguiu te explicar


Por muito ser, ninguém consegue conter

Ou mergulhar, como em um quadro de Vermeer

Respirar é mais que automático mover


Franz Kafka rebaixado por Clara Peeters

Rara e imortal imitando Henrietta Lacks


Lispector que também se junta a bruxaria

Os detalhes de Peeters como Van Eyck’s

Reconstruindo a saída para a Fantasia

Atravessando o Tempo para me/te alcançar

Kandinsky na abstração, só pode imaginar…


Pueril e nada pragmático poema

O coração exigiu o ridículo de Pessoa

Esvaziado, obtuso o tornei para confundir

Mesmo sendo óbvio, claro, inequívoco

Sussurro ao meu sentir para de mim sair


Joanna Koerten poderia me cortar

Ouvindo o meu louco rugido que atordoa

Urdidor do meu perigo, Apesar de Querer

Ressoando como harmônicos roubados


De um cello com os arcos destruídos

Escher saberia logo o padrão aqui embutido


Balbucio ao acordar esse nome

Escrevo essa Carta Que Não Diz

Lembro do Corvo de Edgar Allan Poe

Lenora, o sentimento que o consome

E insano com o “Nunca mais”, não desdiz


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