Odorico, o bem amado/Uma obra do governo, de Dias Gomes


Uma das 12 obras que constam na lista obrigatória da Unicamp para o vestibulares de 2018 e 2019 , " O bem amado"¹, ou, dependo da edição em que você possa ler o texto de  Dias Gomes, "Odorico, o bem amado ou uma obra do governo"( um nome bem mais sugestivo e claro do assunto a ser abordado pelo texto), escrito no ano de 1962² é uma peça teatral:  em 8 atos, em que constam ao todo 16 personagens (Chico Moleza, Demerval, Mestre Ambrósio, Pedrão, Chiquinha dos Padres, Odorico, Lenilda, Cotinha, Popó, Dudu, Dirceu Borboleta, Velho Funcionário, Maneco Pedreira, Vigário, Ordovino, Bebeto), sendo o local não é especificado³- há sim referência a "uma cidadezinha de veraneio do litoral baiano". A época: 1960.

--
                                            
Resumo

O primeiro ato se incia com um cenário onde estão presentes, na venda de seu Demerval (" um mulato gordo e bonachão, de idade já avançada"): Chico Moleza, fazendo jus ao seu apelido, tocando "molemente o violão", Mestre Ambrósio ("pescador de tez moreno-avermelhado, curtido do sol") e Pedrão ("negro reluzente, mais moço que Mestre Ambrósio, pescador como ele"), que entram em cena pouco tempo depois de Chico Moleza e seu Demerval, carregando em uma rede um corpo coberto, que sabe-se, pelo início do diálogo, que se trata de Mestre Leonel, pescador que é o motivo do mote principal da obra: a falta de cemitério na pequena cidade baiana, e a necessidade de andar-se mais de 3 léguas até o cemitério da cidade mais próxima. Ainda nessa cena, acompanhando a sofrida caminhada de Mestre Ambrósio, Pedrão e o corpo de Mestre Leonel, está Chiquinha dos Padres ( não tem motivo "real" para estar acompanhando o singelo "cortejo fúnebre") "rezando baixinho".4

Na venda de seu Demerval todos os outros personagens da peça, excluindo-se  jornalista Maneco Pedreira; Ordovino, o assassino arrependido nomeado delegado; o Vigário e Bebeto, personagem "importada" de outra cidade para preencher a necessidade de defuntos para a inauguração do cemitério posteriormente, entram em cena, e dialogam com o principal interlocutor: Odorico Paraguaçu, ex-vereador que na ocasião utiliza da morte de Mestre Leonel como "capital" moral para sua campanha, afinal " é preciso garantir o futuro, pra ter paz e tranquilidade no presente"(o futuro, no caso, é o "campo santo")

 Em sinal de aprovação os personagens em coro proferem: "VOTE NUM HOMEM SÉRIO/E GANHE SEU CEMITÉRIO". (Que tal?)

No segundo ato, Odorico está com seus correligionários (nomeadamente: Lenilda, sua esposa; Cotinha, professora municipal, e personagem que apoia Odorico até o fim; Popó, prima de segundo grau do primeiro candidato a defunto posteriormente, Bebeto; Dirceu Borboleta, esposo de Dudu; Dudu, futura vítima fatal das mentiras de Odorico; Velho Funcionário, trabalha na Prefeitura e o Vigário da cidade)  discursando da janela de uma sala do prédio da prefeitura, já eleito, agradecendo os votos e reafirmando seu compromisso com a promessa de morte digna, dentro dos limites da 'municipalidade', para seus concidadãos.

                                         
                                      Cena da adaptação da peça de Dias Gomes- Odorico discursa a                                                                     população  depois da vitória nas eleições municipais

Pouco depois, Odorico consulta junto ao Velho Funcionário, o orçamento do município, e os recursos disponíveis para tal construção, em que se verifica a não suficiência do orçamento para tal obra. O interessante aqui são duas coisas principais: primeiro e um tanto evidente, Odorico desvia recursos de outros projetos, especificamente do abastecimento de água e fornecimento de energia elétrica, ambos sucateados; segundo: Odorico que pode parecer um tanto ingênuo (situação favorecida pela pouca profundidade 'psicológica' ou mesmo descritiva, talvez, das personagens, além do tom de humor da obra, paradoxalmente negro e leve ao mesmo tempo), em uma única passagem mostra sua consciência e objetivo das ações, independentemente do nível de 'imoralidade' (se é ´possível falar nesses termos), através de sua única passagem, marcada pelo autor, sendo irônico (embora possa parecer trivial, pelo tom da obra, como dito, Odorico para atrair para si certa simpatia do leitor pelo desembaraço e convicção de Odorico, salvo os últimos atos da peça, em que o clima de humor muda radicalmente para um cenário grave e execrável com a suposta "ingenuidade" mostrada por Odorico).

(transcrição do trecho em questão-página 82 e 83)

VELHO FUNCIONÁRIO (Examinando um processo.)
Parece que há restinho de verba da água.

ODORICO
Da água?

VELHO FUNCIONÁRIO
É, para consertar os canos.

ODORICO
Diz isso aí?

VELHO FUNCIONÁRIO
Não, aqui só fala em obras públicas de urgência.

ODORICO
O cemitério também é uma obra pública de urgência. É ou não é? (Irônico.) De muita urgência.

(...)

VELHO FUNCIONÁRIO
Só que esse desvio de verba...

ODORICO
É para o bem do município.



Terceiro ato: este é o ato em que são apresentados uma nova personagem, e em que outra já citada nos outros ato da peça: o jornalista e redator de O Clarim, que faz oposição a administração de Odorico, Maneco Pedreira (principalmente com diálogo de Lenilda, esposa de Odorico, com a qual mantém um relacionamento às escuras). A nova personagem diz respeito a Bebeto, que está a caminho da cidade, e que está muito doente, 'à beira da morte' (motivo pelo qual foi chamado pela sua prima Popó à pequena cidade de veraneio, pois a municipalidade arcaria com os custos de seu tratamento e correlatos, leia-se pelo interesse da morte e consequente enterro de Bebeto). A razão dessas duas personagens preponderantes nesse terceiro ato é simples: fazia-se mais de um ano da inauguração do cemitério, em que não houve a inauguração, pelo fato de não haver mortos, e, para piorar a situação de Odorico, o orçamento do município estava com um enorme déficit, simultaneamente à continuidade de problemas de abastecimento de água e luz, e outras demandas dos cidadãos.  Devido à isso, evidente, a oposição crescia a cada dia, a população estava desconfiada e a Câmara Municipal protocolou um pedido de impeachment de Odorico. Bebeto foi uma solução (ou, ao menos, potencial solução, como se verificará) trazida à tona por Dona Popó,uma de suas apoiadoras.

Odorico, diante da possibilidade da inauguração do cemitério, traz as contas do moribundo Bebeto não para si, mas para a "municipalidade", já retomando os preparativos para o enterro que poderá salvar seu mandato e carreira política.

O quarto ato tem início com Dudu e Cotinha esperando Odorico em frente à Prefeitura, e discutindo se deviam contar "a novidade" ou não ao prefeito. Enquanto discutiam, o marido de Dudu, Dirceu Borboleta (nome devido ao seu 'hobby' de caçar borboletas) está entrando na prefeitura, e passa por elas, questionando sobre o por quê de Dudu estar naquele local a essa hora. Quando Dirceu sai de cena, depois da resposta de Dudu, sobre estar esperando o prefeito, esta comenta sobre o estranhamento que esteve notando recentemente em seu marido, que inclui segui-la quando sai de casa (fato esclarecido posteriormente).

A novidade, quando o prefeito finalmente se faz presente, é contada a este, e diz respeito ao futuro defunto (ou que ao menos era) Bebeto: devido ao ar não poluído da cidade (diferente da metrópole de que ele havia chegado- Salvador), a água de boa qualidade, ao ares e hábitos pacatos da cidade, e, também, ao médico e remédios, pagos pela "municipalidade" (para dar todo o suporte e pompa ao futuro defunto) acabaram por fazer o contrário do pretendido. Além disso, um outro fator: o amor. Popó e Bebeto acabaram por se apaixonar.  O que para Odorico apenas foi mais um fator para fúria e descontentamento: "O amor! Como se já não bastasse tudo que temos contra nós. Também o amor!".


Mas, Odorico é um político! Não pode desistir, e não desiste. Tinha ainda mais cartas na manga. Desta vez, revela a Cotinha e Dudu, depois que Bebeto e Popó se retiram do cenário, que mandou Mestre Ambrósio atrás de seu compadre: o temido assassino Ordovino. Mestre Ambrósio apresenta Ordovino (sem a presença de Cotinha e Dudu) ao prefeito Odorico, e este faz seus votos de que Ordovino volte a sua cidade natal (que fugiu dali por ter morto, em caráter vingativo pelo assassinato de seu irmão, a família do Coronel Lidário) e que faça permanente morada nela, com tranquilidade de nunca ser incomodado por nenhuma autoridade, além de ser nomeado delegado, pois Ordovino queria lhe dar esse "voto de confiança" e respeito ( a essa altura, o leitor deve prever exatamente do que se trata).

(trecho-transcrição- página 122)

ODORICO
Mas agora pode ficar tranquilo. Ninguém vai incomodar o senhor nem por esse nem por qualquer outro motivo...E se incomodarem, reaja. Não é preciso exagerar, mas reaja, que é disso que precisamos: alguém com sangue nas veias.

Terminando o ato, Odorico dá a primeira tarefa ao seu novo delegado: fazer ma 'visita' ao jornal de oposição de Maneco Pedreira, O Clarim.


Ordovino (na adaptação em questão a personagem assume o nome de Zeca Diabo)

Quinto ato: Lenilda entra no cenário questionando Odorico sobre Ordovino estar na redação de O Clarim interrogando Maneco Pedreira; Odorico e Dona Dudu (após a saída de cena de Lenilda)  comenta sobre o que o povo anda comentado sobre a visita de Ordovino, que já dura mais de três horas; Odorico tenta ver pela janela da prefeitura o que se passa no jornal; ouve-se tiros... Maneco Pedreira entra na sala da prefeitura em que Odorico se encontra trazendo-lhe um cópia de sua edição finalizada do jornal para o dia seguinte, em que consta a história de Ordovino. A partir daí, quando Ordovino entra em cena, lendo sua história no jornal de Maneco Pedreira, Odorico questiona o porquê não ter sido cumprida a ordem que lhe foi dada, a resposta é sobre seguir a lei.

(trecho-transcrição- página 139)

ODORICO
E além do mais, capitão [Odorvino], eu não estou precisando aqui de um doutor em leis. Estou precisando de um homem decidido, de pouca conversa, um homem de ação. Pela sua fama, pensei que esse homem fosse o senhor. Me disseram que o senhor tinha despachado trinta e sete; mas estou vendo que o senhor não é de despachar ninguém.

ORDOVINO
Fui, seu doutor; agora estou regenerado.

ODORICO
Não podia esperar um pouco?

ORDOVINO
Podia não. Eu não aguentava mais aquela vida, sempre fugindo dos macacos, matando pra viver, matando pra não morrer. Estava cansado, seu doutor. Ontem fui tomar a benção do Seu Vigário e prometi a ele ser um homem de bem.

ODORICO
Todos, todos contra mim. Até o Vigário.

Odorico, após ficar apenas em presença de Dona Dudu, manda esta buscar o jornalista Maneco Pedreira pra convencê-lo de não publicar a história da vida de Ordovino. Nesse meio tempo, Dirceu, marido de Dudu, entra em cena, perguntando por sua esposa. Odorcio responde que ela está no jornal conversando com Maneco Pedreira. Dirceu pergunta o porquê desconfiado,  explica ao prefeito que está recebendo cartas anônimas sobre sua mulher estar lhe traindo, e mesmo duvidando da infidelidade de sua esposa, confessa pouco certeza sobre. Odorico, aproveitando-se da situação, lhe diz:

(trecho-transcrição- página 143)

ODORICO
(Calculadamente, resolve reforçar a desconfiança de Dirceu.)
Bem, você me desculpe, eu falei sem pensar. Não quero mesmo me meter nessa história.

DIRCEU
Que história, senhor prefeito?

ODORICO
Sei não. De minha boca você não arranca uma palavra. Pergunta a outra pessoa qualquer. A cidade inteira sabe.

DIRCEU
A cidade inteira?!

ODORICO
É, me admira até que você... Bem, eu não disse nada.

DIRCEU
Não disse, mas vai fazer o favor de dizer.

ODORICO
Você compreende, é muito desagradável. Dona Dudu é minha correligionária... Isto, aliás, é que torna a questão ainda mais delicada. Sabe, Maneco é nosso inimigo político; é uma dupla traição.

DIRCEU
Dupla traição.

ODORICO
Mas não pense que ela é culpada. Não, é ele, ele é que a persegue. Ela bem que resistiu, a princípio, mas...

DIRCEU
Mas?


ODORICO
Eu só estou lhe dizendo isso porque já é um caso público. Mais cedo ou mais tarde você ia saber.

(...)

ODORICO
Eu imagino seu sofrimento. É duro um golpe desses, é duro. Mas você não tem que ficar assim nesse desconsolo. Tem é que reagir, como homem. Vamos rapaz!

DIRCEU
O senhor disse que ela está com ele agora, na redação d´O Clarim?

ODORICO
Está tenho certeza

DIRCEU
Vou lá.

ODORICO
Espere. Tenha calma. Eu sei numa hora dessas não adianta dar conselhos. Se eu tivesse no seu lugar também perdia a cabeça e passava fogo nesse patife, nesse destruidor de lares. Mas é que a coisa talvez pudesse ser resolvida sem morte. Já sei o que você vai dizer, que é uma questão de honra. E honra só se lava com sangue. Está bem. Vá e resolva. O quepuder fazer depois para lhe dar fuga, pode ficar certo que farei. (Estende a mão a Dirceu.) Você está armado?

DIRCEU
Estou não.

ODORICO (Apanha um revólver.) Tome. Só lhe peço que devolva depois de usar, porque é minha arma de estimação.

(...)

Ouve-se 6 tiros: Dudu, como confirmado depois, foi assassinada por Dirceu Borboleta. Este, logo após o crime, foge em direção à Prefeitura e pede abrigo para Odorico, este aponta o caminho da Igreja e fala a Dirceu para ele pedir asilo ao Vigário, e dizer a este que foi a seu mando. Dirceu faz o dito, depois de devolver a arma. Ouve-se muitas pessoas dentro da prefeitura, a população, junto de Ordovino, estavam atrás de Dirceu. Ordovino pergunta se Dirceu passou por ali, e Odorico revela seu esconderijo. 

(trecho-transcrição- página 151)

COTINHA
O senhor fez bem em delatar

ODORICO
Claro, é um monstro. E ela, afinal de contas, era nossa companheira de lutas. (Arruma-se para sair. Tem um ar triunfante.) Vamos, quero ver o cadáver.

Fim do quinto ato.

Sexto ato: esse ato trata do enterro de  Dudu, e uma outra reviravolta que coloca em jogo a inauguração do cemitério: a família de Dudu pede o corpo para ser enterrado no mausoléu da família localizado em Salvador. Diante disso há uma série de recusas, como é previsível conhecendo até aqui o caráter de Odorico, e suas discussões com o Vigário, que recomenda a entrega do corpo à família, já que o juiz responsável, pra quem a família de Dudu recorreu, deu a causa à família, conforme a lei. Ordovino, ainda no posto de delegado, está a mando da ordem do juiz quando aparece em cena, fato que faz com que Odorico o demita. Odorico quer enterrar o corpo de Dudu antes que a família chegue à cidade,usando de todo argumento possível, seja em nome da liberdade, seja em nome da religião cristã, mas não tem êxito nessa questão (mais uma vez não consegue inaugurar o cemitério).


(trecho-transcrição- página 170)

ODORICO
É o direito, é a liberdade, é a civilização cristã que está em jogo. Ou enterramos Dudu, ou nos enterramos.

Sétimo ato: aqui é o momento de virada. A população está revoltada. O Clarim anuncia o que realmente aconteceu (Maneco Pedreira foi atrás de Dirceu para saber sua versão dos fatos). Odorico parece não ter mais saída, e, à semelhança de políticos atuais, não faz seu "gesto de grandeza" e o Supremo não tinha alcance e nem competência jurídica para dar uma ajuda para Odorico. Este, ainda não desiste: planeja um atentado contra si mesmo! Mas 'controlado', já que ele mesmo, junto a Dona Cotinha, única a continuar do lado de Odorico (mesmo com certo 'asco' como dito na peça), executariam esse falso atentado, no intuito de sensibilizar a população e salvar a carreira e vida política de Odorico. Planeja-se um tiro no pé, para o ataque a Odorico parecer real. Odorico atira. Fim do sétimo ato.

Oitavo ato: funeral de Odorico. Cotinha não diz para ninguém o que realmente aconteceu, com exceção do Vigário (porque suicidas não podiam ter a oração, graça e demais rituais católicos). Explica ao Vigário o que se passou: Odorico iria fingir um atentato. Se rasgou, jogou-se no chão, bateu em si mesmo para ter hematomas. Mas na hora do tiro no pé, a bala pegou acidentalmente o suporte de metal da mesa, e então a bala ricocheteou para o coração de Odorico.

Os outros personagens não vieram a saber a verdade, e no final, portanto, há apenas algumas perguntas  mal respondidas, algumas tentativas de resposta. E, finalmente, a inauguração do cemitério. Algo que Odorico tanto queria, mas não para si...



--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Na edição que li, de 1975, da editora Círculo do Livro, há no início uma breve análise de Anatol Rosenfeld, em que trata não somente de O bem amado, mas das principais obras de Dias Gomes (1922-1999), em que analisa suas principais características e compara-as.

 O interessante e útil para se pensar essa obra em específico cobrada pelo vestibular da Unicamp, é a precisão com que ele denota os aspectos da obra.

  ( trechos dos comentários de Anatol Rosenfeld)

"Odorico, como bem se vê, é um malabarista semântico, como muitos políticos que renovam com habilidade incrível o sentido das palavras. Afinal, o próprio Kant vaticinou (profetizou) à humanidade um possível futuro pacífico- na paz do cemitério- graças à atividade preclara (ilustre; digna de admiração) dos políticos. (...) Na ordem estabelecida por Odorico, o bem vira mal e o mal, bem." 

"A peça se resolve no nível da pura comicidade, com leve toque de humor negro. Os caracteres, sabiamente, não foram aprofundados por um humor mais participante, graças ao tom caricato e burlesco. Semelhante procedimento facilita a "anestesia do coração", necessária em obras deste tipo, como bem observou Bergson."



--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Sobre a leitura: O bem amado, que é uma de leitura extremamente rápida, por 'fluir' muitíssimo bem, não ter palavras desconhecidas é um dos motivos, (como é o caso de "Coração, cabeça e estômago", outra obra da lista obrigatória), pois  não "trava" a leitura. 



--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


BIBLIOGRAFIA
GOMES, Alfredo de Freitas Dias. Odorico, o bem amado ou Uma obra do governo. Círculo do Livro, São Paulo, 1975.

¹considerando as mudanças de três títulos da lista para o vestibular do ano que vem, mas em que permanece o autor e respectiva obra em questão
²http://www.infoescola.com/artes/o-bem-amado/  -acesso em 02 de outubro de 2017
³(não há nenhuma referência à Sucupira como há em algumas adaptações para a TV e o cinema da obra)
4 essa é uma das únicas aparições e ações dessa personagem em toda a peça: brevíssimas e poucas participações; ela aparece em alguns diálogos concordando com Odorico em "coro" com outras personagens em um dos discursos do político, e, mais para o final da peça, novamente rezando pela morte de outra personagem.



-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------



Complementar:  O filme dirigido por Guel Arraes, e com a interpretação de Marco Antônio Nanini como Odorico, te dá uma outra noção da história. O link: https://www.youtube.com/watch?v=tJAMj8m8vso
 Algumas diferenças: o paralelo com Jânio Quadros e Jango é uma das coisas acrescidas e não presente diretamente na obra de Dias Gomes, além do início do filme não coincidir com o livro; Dirceu Borboleta não coincidir com o Velho Funcionário, como acontece no filme; Popó, Dudu e Cotinha não morarem juntas; o episódio do Tubarão inventado pelo jornal para afastar turistas da cidade de  "Sucupira" no filme também não tem correspondências com o livro; não consta também paralelos entre Odorico ter uma filha; Zeca Diabo do filme corresponde a Ordovino no livro. Há mais diferenças, mas os acontecimentos principais são matidos.

Capa do filme O Bem Amado, de 2010


Comentários

Postagens mais visitadas